Dominguinhos
morreu nesta terça-feira (23), aos 72 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele lutava havia seis anos contra um
câncer de pulmão. De acordo com o hospital, o músico morreu às 18h em
decorrência de complicações . Segundo amigos da família, o velório acontece nesta
quarta (24) na Assembleia Legislativa de São Paulo, na região do Ibirapuera,
Zona Sul da capital.Considerado o sanfoneiro mais importante do país e herdeiro
artístico de Luiz Gonzaga (1912-1989), José Domingos de Morais nasceu em
Garanhuns, no agreste de Pernambuco. Conheceu Luiz Gonzaga com 8 anos. Aos 13
anos, morando no Rio, ganhou a primeira sanfona do Rei do Baião, que três anos
mais tarde o consagrou como herdeiro artístico.Instrumentista, cantor e
compositor, Dominguinhos ganhou em 2002 o Grammy Latino com o “CD Chegando de
Mansinho”. Ao longo da carreira, fez parcerias de sucesso com músicos como
Gilberto Gil, Chico Buarque, Anastácia e Djavan.Ainda criança, Dominguinhos
tocava triângulo com seus irmãos no trio “Os três pinguins”. Quando ele tinha 8
anos, foi “descoberto” por Gonzagão ao participar de um show em Garanhuns. A
“benção” lhe foi dada pelo rei do baião quanto tinha 16 anos.Gonzaga estava
divulgando para a imprensa o disco 'Forró no Escuro' quando ele me apresentou
como seu herdeiro artístico aos repórteres”, lembrou-se Dominguinhos “Foi uma surpresa muito grande, não esperava
mesmo.”De acordo com ele, o episódio aconteceu somente três anos depois de sua
chegada ao Rio, acompanhado do pai, o também sanfoneiro Chicão. Mudaram-se para
a cidade justamente para encontrar Luiz Gonzaga. “Em cinco minutos, ele me deu
uma sanfona novinha, sem eu pedir nada”, prosseguiu. Naquele período,
Dominguinhos saiu em turnê com o mestre para cumprir a função de segundo
sanfoneiro e, eventualmente, de motorista. Ontem na cidade de Garanhuns terra
natal de Dominguinhos, aonde está acontecendo o festival de Inverno, todos os
palcos e artistas prestaram sua homenagens ao grande sanfoneiro. Eu tive a
grata satisfação de conhecê-lo pessoalmente e por duas vezes trocamos poucas
palavras, pois assim era Dominguinhos, um homem de fala mansa, poucas palavras
e muita humildade, um verdadeiro Franciscano da musica, uma das vezes foi na
rádio jornal de Garanhuns aonde eu trabalhei como operador de áudio, e Domiguinhos
de passagem por Garanhuns nos fez uma visita e na época ele nos contou que
tinha planos para no futuro comprar um pedacinho de terra para viver os seus
últimos dias em Garanhuns, terra onde era amado pelo povo e quando lá chegava
era uma festa por onde passava.Outra vez o encontrei exatamente no dia 24 de
junho não me recordo o ano, na cidade de Sr. Do Bom Fim na Bahia, era mais ou
menos 08:00 da manhã ele vinha de um show e estava tomando café da manhã com
seus músicos e produtores, na época ele tinha um veiculo preto,acho que era uma
pajêro , que viajava o Brasil, nessa conversa ele me contou que não viajava de
avião, pois tinha medo, história que comprovei depois através de entrevistas
dadas por ele.Ano passado ele se apresentou no Forróbom em Bom Conselho-PE e já
apresentava sinais da saúde debilitada. Dominguinhos é uma reserva cultural que
nos deixa, e abre uma enorme lacuna na MPB, sua história de vida é fantástica e
tenho certeza que , a exemplo do mestre Gonzagão, deve virar livro e até mesmo
filme. Descanse em paz Dominguinhos, hoje no céu o forró vai ser pesado pra te
receber...Gonzaga, Marinês,Sebastião do Rojão, Lindú, Jakson do Pandeiro...
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