Era meados de
março, a floresta rompia o silêncio, a cidade de Bomconcity e a região, não
mais seriam as mesmas com a chegada de uma figura de biótipo estranhíssimo ao
cotidiano dos seus dias, um homem de estatura mediana, cabelos longos e
grisalhos e uma longa barba também grisalha, no semblante marcado pelo tempo,
um olhar distante e profundo de quem certamente enxergava o futuro ou pelo
menos tentava, suas vestes? Uma túnica branca amarrada pela cintura com um
barbante de agave, nos pés calejados pelas andanças , sandálias de couro cru,
na mão direita um cajado, com a efígie de um faraó, esculpido em ébano, herança dos seus ancestrais que
viveram na antiga Babilônia. Foi nas cavernas do bulandinho que resolvêra se
refugiar,ali iria dividir com os morcêgos , cobras e lagartos para fazer um longo
período de reflexão e analisar o porquê de sua ultima previsão sobre
,catástrofes, guerras, pestes e final de mundo
não ter acontecido, será que o seu calendário estava adiantado? Só o
tempo iria dizer. O pau do urubu,um
local onde um grupo de formadores de opinião se reuniam todas as noites
para traçarem os destinos da humanidade com assuntos que iam das eleições
presidências nos Estados Unidos ,até o chifre que alguém poderia estar levando
na pacata cidade.As reuniões tinham hora
pra começar, porém o horário pra terminar era outro desafio, pois cada um que
tivesse dificuldade em deixar primeiro, o local, com medo das línguas
afiadas, então geralmente quando um dizia: “boa noite minha gente , o sono
chegou e eu tô indo”, era o suficiênte para se dissolver a assembléia e todos
iam para suas casas ao mesmo tempo, assim ninguém falava de ninguém. Com o advento do profeta, por ser um ano eleitoral , Bomconcity se agitou,
pois todos tinham conhecimento do seu
dom de prever o futuro ou pelo menos tentar, então muitos decidiram que ao
invés de confiar nas previsões vindas do pau do urubu, seria melhor
tirar as dúvidas com o profeta, por ser uma pessoa especializada em
assuntos de visões futurísticas, daí por diante caravanas se formavam para
subir até as cavernas do bulandinho na tentativa de fazer uma consultinha
naquele precinho, 0-800 (zero oitocentos), com o famoso gurú, que ao se
refugiar naquele lugar, tão isolado e distante da civilização, sonhava com um
pouco de paz e sossêgo, mais quando deu por conta que todos já tinham
conhecimento da sua presença , Seu brado ecoava
nos quatro cantos: “é o fim do mundo!”
Parabéns pelo Blog.
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